17 de abr. de 2011

Abertura das Celebrações dos 800 Anos da Fundação da Ordem de Santa Clara

 

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Missa presidida por Frei José Lino Lückmann

Dia 17 de abril de 2011

Domingo de Ramos da Paixão do Senhor

800 anos da Fundação da Ordem de Santa Clara

“Santa Clara de Assis e de Hoje: Caminho de Unidade”

“Vida vivida em função do Amor!”

Entrada em Jerusalém

Comentarista: Irmãos e irmãs, reunidos em nome do Senhor e em grande comunhão espiritual com a Ordem de Santa Clara, iniciamos o Ano Clariano em comemoração dos 800 anos do Carisma de Santa Clara. Em sintonia com a Igreja que faz memória da entrada messiânica de Jesus em Jerusalém e o aclama com ramos nas mãos, a família Franciscana recorda o nascimento do Carisma Clariano evocando o gesto do Bispo Dom Guido ao entregar à jovem Clara um raminho de oliveira bento. Era o sinal de Deus confirmando sua decisão de seguir os passos de Cristo pela vida consagrada

Pr: Meus irmãos e minhas irmãs, durante as cinco semanas da Qua­resma, preparamos os nossos co­rações pela oração, pela penitên­cia e pela caridade. Hoje aqui nos reunimos e vamos iniciar, com to­da a Igreja, a celebração da Pás­coa de nosso Senhor. Para realizar o mistério de sua morte e ressur­reição, Cristo entrou em Jerusalém, sua cidade. Celebrando com fé e piedade a memória dessa entrada, sigamos os passos de nosso Salva­dor para que, associados pela gra­ça à sua cruz, participemos também de sua ressurreição e de sua vida.

Bênção dos ramos

Pr: Altíssimo e Bom Senhor, pela Arca simbolizastes o povo unido no tempo de vosso servo, o justo Noé e sua família; e pela pomba trazendo o ramo de oliveira, anunciastes a vinda do Espírito Santo. Os filhos dos hebreus cumpriram estes símbolos acolhendo vosso Filho com palmas e ramos de oliveira e aclamando: hosana! Assim também nós bradamos: hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor! Abençoai, † Senhor, estes ramos para que, seguindo com alegria o Cristo, nosso Redentor, cheguemos por Ele à Jerusalém eterna. Por Cristo, nosso Senhor.

Comentarista: O caminho que Jesus percorre é marcado pelo júbilo, louvação e aclamação do Messias. Os ramos que serão abençoados nos levam da festa da entrada de Jesus em Jerusalém ao desfecho doloroso da cruz. O ramo abençoado transformou-se para Santa Clara no sinal de Deus que confirmava seu compromisso no seguimento radical de Jesus Cristo.

Evangelho –Mt 21,1-11

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus

Naquele tempo 1Jesus e seus discípulos aproximaram-se de Jerusalém e chegaram a Betfagé, no monte das Oliveiras. Então Jesus enviou dois discípulos, 2dizendo-lhes: “Ide até o povoado que está ali na frente, e logo encontrareis uma jumenta amarrada, e com ela um jumentinho. Desamarrai-a e trazei-os a mim! 3Se alguém vos disser alguma coisa, direis: “O Senhor precisa deles, mas logo os devolverá”.” 4Isso aconteceu para se cumprir o que foi dito pelo profeta: 5 “Dizei à filha de Sião: Eis que o teu rei vem a ti, manso e montado num jumento, num jumentinho, num potro de jumenta.” 6Então os discípulos foram e fizeram como Jesus lhes havia mandado. 7Trouxeram a jumenta e o jumentinho e puseram sobre eles suas vestes, e Jesus montou. 8A numerosa multidão estendeu suas vestes pelo caminho, enquanto outros cortavam ramos das árvores, e os espalhavam pelo caminho. 9As multidões que iam à frente de Jesus e os que o seguiam, gritavam: “Hosana ao Filho de Davi! Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana no mais alto dos céus!” 10Quando Jesus entrou em Jerusalém a cidade inteira se agitou, e diziam: “Quem é este homem?” 11E as multidões respondiam: “Este é o profeta Jesus, de Nazaré da Galileia.” — Palavra da salvação.

Pr: Meus irmãos e minhas irmãs, imitando o povo que aclamou Je­sus, comecemos com alegria a nossa procissão.

Recordação de Santa Clara

Comentarista: A fecundidade da Ordem de Santa Clara e do carisma Clariano tem como fonte a celebração pascal do Domingo de Ramos. Evocando este acontecimento, a exemplo de Clara de Assis, associemo-nos intimamente aos mistérios pascais do Cristo.

Leitura da Legenda de Santa Clara

“Aproximava-se a solenidade de Ramos, quando a jovem Clara, de fervoroso coração, foi ter com Francisco, o homem de Deus, para saber o que e como devia fazer para mudar de vida. Ordenou-lhe o pai Francisco que, no dia da festa, bem vestida e elegante, fosse receber a palma no meio da multidão e que, de noite, deixando o acampamento, trocasse o gozo mundano pelo luto da paixão do Senhor. Quando chegou o domingo, a jovem entrou na Igreja com os outros, brilhando em festa no grupo das senhoras. Aconteceu um oportuno presságio: os outros se apressaram a ir pegar os ramos, mas Clara ficou parada em seu lugar por recato, e o Bispo desceu os degraus, aproximou-se dela e colocou-lhe a palma nas mãos. De noite, dispondo-se a cumprir a ordem do santo, empreendeu a ansiada fuga em discreta companhia. Não querendo sair pela porta habitual, com as próprias mãos abriu outra, obstruída por pesados troncos e pedras, com uma força que lhe pareceu extraordinária. E assim, abandonando o lar, a cidade e os familiares, correu a Santa Maria da Porciúncula, onde são Francisco e os frades, que diante do altar de Deus faziam uma santa vigília, receberam com tochas a Virgem Clara”.

Missa

Oração do dia: Deus eterno e todo-podero­so, para dar aos homens um exem­plo de humildade, quisestes que o nosso salvador se fizesse homem e morresse na cruz. Concedei-nos aprender o ensinamento da sua paixão e ressuscitar com ele em sua glória. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vos­so Filho, na unidade do Espírito Santo.

Comentarista:  Quem é Jesus? É o questionamento que podemos nos fazer hoje. As leituras respondem que ele é o “servo sofredor” e aquele que “se esvaziou a si mesmo”, mas a grande revelação vem do evangelho: Jesus é o “Filho de Deus”.

1ª leitura – Is 50,4-7

Leitura do livro do profeta Isaías

4O Senhor Deus deu-me língua adestrada, para que eu saiba dizer palavras de conforto à pessoa abatida; ele me desperta cada manhã e me excita o ouvido, para prestar atenção como um discípulo. 5O Senhor abriu-me os ouvidos; não lhe resisti nem voltei atrás. 6Ofereci as costas para me bate­rem e as faces para me arranca­rem a barba; não desviei o rosto de bofetões e cusparadas. 7Mas o Senhor Deus é meu auxiliador, por isso não me deixei abater o âni­mo, conservei o rosto impassível como pedra, porque sei que não sairei humilhado.

— Palavra do Se­nhor

Salmo responsorial 21(22)

Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes?

1. Riem de mim todos aqueles que me veem, / torcem os lábios e sa­codem a cabeça: / “Ao Senhor se confiou, ele o liberte / e agora o salve, se é verdade que ele o ama!”

2. Cães numerosos me rodeiam fu­riosos, / e por um bando de mal­vados fui cercado. / Transpassaram minhas mãos e os meus pés / e eu posso contar todos os meus ossos.

3. Eles repartem entre si as minhas vestes / e sorteiam entre si a mi­nha túnica. / Vós, porém, ó meu Senhor, não fiqueis longe, / ó minha força, vinde logo em meu so­corro!

4. Anunciarei o vosso nome a meus irmãos /e no meio da assembleia hei de louvar-vos! / Vós que temeis ao Senhor Deus, dai-lhe louvores, glorificai-o, descendentes de Jacó, / e respeitai-o, toda a raça de Israel!

2ª leitura – Fl 2,6-11

Leitura da carta de são Paulo aos Filipenses

6Jesus Cristo, existin­do em condição divina, não fez do ser igual a Deus uma usurpa­ção, 7mas ele esvaziou-se a si mes­mo, assumindo a condição de es­cravo e tornando-se igual aos ho­mens. Encontrado com aspecto humano, 8humilhou-se a si mes­mo, fazendo-se obediente até a morte, e morte de cruz. 9Por isso, Deus o exaltou acima de tudo e lhe deu o nome que está acima de todo nome. 10Assim, ao nome de Jesus, todo joelho se dobre no céu, na terra e abaixo da terra 11e toda língua proclame: “Jesus Cris­to é o Senhor”, para a glória de Deus Pai. — Palavra do Senhor.

Aclamação ao Evangelho

Louvor e glória a ti, Senhor, Cristo, Palavra de Deus!

Jesus Cristo se tornou obediente, obe­diente até a morte numa cruz; pelo que o Senhor Deus o exaltou e deu-lhe um nome muito acima de outro nome. (Fl 2,8s)

Evangelho – Mt 27,11-54

Narrador: 11Jesus foi posto diante do governador, e este o interrogou:

Leitor: “Tu és o rei dos judeus?”

Narrador: Jesus declarou:

Presidente: “É como dizes”,

Narrador: 12e nada respondeu, quando foi acusado pelos sumos sacerdotes e anciãos. 13Então Pilatos perguntou:

Leitor: “Não estás ouvindo de quanta coisa eles te acusam?”

Narrador: 14Mas Jesus não respondeu uma só palavra, e o governador ficou muito impressionado. 15Na festa da Páscoa, o governador costumava soltar o prisioneiro que a multidão quisesse. 16Naquela ocasião, tinham um prisioneiro famoso, chamado Barrabás. 17Então Pilatos perguntou à multidão reunida:

Leitor: “Quem vós quereis que eu solte: Barrabás, ou Jesus, a quem chamam de Cristo?”

Narrador: 18Pilatos bem sabia que eles haviam entregado Jesus por inveja. 19Enquanto Pilatos estava sentado no tribunal, sua mulher mandou dizer a ele: “Não te envolvas com esse justo, porque esta noite, em sonho, sofri muito por causa dele.” 20Porém, os sumos sacerdotes e os anciãos convenceram as multidões para que pedissem Barrabás e que fizessem Jesus morrer. 21O governador tornou a perguntar:

Leitor: “Qual dos dois quereis que eu solte?”

Narrador: Eles gritaram:

Grupo: “Barrabás.”

Narrador: 22Pilatos perguntou:

Leitor: “Que farei com Jesus, que chamam de Cristo?”

Narrador: Todos gritaram:

Grupo: “Seja crucificado!”

Narrador: 23Pilatos falou:

Leitor: “Mas, que mal ele fez?”

Narrador: Eles, porém, gritaram com mais força:

Leitor: “Seja crucificado!”

Narrador: 24Pilatos viu que nada conseguia e que poderia haver uma revolta. Então mandou trazer água, lavou as mãos diante da multidão, e disse:

Leitor: “Eu não sou responsável pelo sangue deste homem. Este é um problema vosso!”

Narrador: 25O povo todo respondeu:

Grupo: “Que o sangue dele caia sobre nós e sobre os nossos filhos”.

Narrador: 26Então Pilatos soltou Barrabás, mandou flagelar Jesus, e entregou-o para ser crucificado. 27Em seguida, os soldados de Pilatos levaram Jesus ao palácio do governador, e reuniram toda a tropa em volta dele. 28Tiraram sua roupa e o vestiram com um manto vermelho; 29depois teceram uma coroa de espinhos,
puseram a coroa em sua cabeça, e uma vara em sua mão direita. Então se ajoelharam diante de Jesus e zombaram, dizendo:

Grupo: “Salve, rei dos judeus!”

Narrador: 30Cuspiram nele e, pegando uma vara, bateram na sua cabeça. 31Depois de zombar dele, tiraram-lhe o manto vermelho e, de novo, o vestiram com suas próprias roupas. Daí o levaram para crucificar. 32Quando saíam, encontraram um homem chamado Simão, da cidade de Cirene, e o obrigaram a carregar a cruz de Jesus. 33E chegaram a um lugar chamado Gólgota, que quer dizer “lugar da caveira”. 34Ali deram vinho misturado com fel para Jesus beber. Ele provou, mas não quis beber. 35Depois de o crucificarem, fizeram um sorteio, repartindo entre si as suas vestes. 36E ficaram ali sentados, montando guarda. 37Acima da cabeça de Jesus puseram o motivo da sua condenação: “Este é Jesus, o Rei dos Judeus.” 38Com ele também crucificaram dois ladrões, um à direita e outro à esquerda de Jesus. 39As pessoas que passavam por ali o insultavam, balançando a cabeça e dizendo:

Grupo: 40 “Tu que ias destruir o Templo e construí-lo de novo em três dias, salva-te a ti mesmo! Se és o Filho de Deus, desce da cruz!”

Narrador: 41Do mesmo modo, os sumos sacerdotes, junto com os mestres da Lei e os anciãos, também zombaram de Jesus:

Grupo: 42”A outros salvou... a si mesmo não pode salvar! É Rei de Israel... Desça agora da cruz! e acreditaremos nele. 43Confiou em Deus; que o livre agora, se é que Deus o ama! Já que ele disse: Eu sou o Filho de Deus.”

Narrador: 44Do mesmo modo, também os dois ladrões que foram crucificados com Jesus, o insultavam. 45Desde o meio-dia até às três horas da tarde, houve escuridão sobre toda a terra. 46Pelas três horas da tarde, Jesus deu um forte grito:

Presidente: “Eli, Eli, lamá sabactâni?”,

Narrador: que quer dizer: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?” 47Alguns dos que ali estavam, ouvindo-o, disseram:

Grupo: “Ele está chamando Elias!”

Narrador: 48E logo um deles, correndo, pegou uma esponja, ensopou-a em vinagre, colocou-a na ponta de uma vara, e lhe deu para beber. 49Outros, porém, disseram:

Grupo: “Deixa, vamos ver se Elias vem salvá-lo!”

Narrador: 50Então Jesus deu outra vez um forte grito e entregou o espírito. 51E eis que a cortina do santuário
rasgou-se de alto a baixo, em duas partes, a terra tremeu e as pedras se partiram. 52Os túmulos se abriram
e muito corpos dos santos falecidos ressuscitaram! 53Saindo dos túmulos, depois da ressurreição de Jesus,
apareceram na Cidade Santa e foram vistos por muitas pessoas. 54O oficial e os soldados que estavam com ele guardando Jesus, ao notarem o terremoto e tudo que havia acontecido, ficaram com muito medo e disseram:

Grupo: “Ele era mesmo Filho de Deus!”

— Palavra da salva­ção.

Oração da assembleia

Pr: Iniciando a Semana Santa, intensifiquemos nossas preces a Deus pela nossa salvação e do mundo inteiro. E peçamos com confiança: Senhor, atendei a nossa prece!

1. Pai de bondade, iluminai vossa Santa Igreja, que hoje inicia com vosso Filho Jesus a caminhada rumo à sua gloriosa ressurreição. Nós vos pedimos.

2. Pai de bondade, concedei que, ao celebrarmos os mistérios da Semana Santa, sejamos fortalecidos em nossa vivência cristã e participemos, um dia, da plenitude da Páscoa do Cristo. Nós vos pedimos.

3. Pai de bondade, fortalecei a fé e a esperança de todos os vossos filhos e filhas que estão oprimidos pelo poder, para que não desanimem de lutar, participando das pastorais, movimentos e organizações que promovem a vida e a dignidade humana. Nós vos pedimos.

4. Pai de bondade, iluminai os caminhos dos seguidores do vosso Filho Jesus, inspirados pelo exemplo de Clara de Assis. Nós vos pedimos.

5. Pai de Bondade, consolidai os projetos de vida fraterna e missionária dos membros da Família Franciscana, na celebração dos 800 anos do carisma Clariano. Nós vos pedimos.

6. Pai de Bondade, ajudai os franciscanos e franciscanas no discernimento dos sinais de vossa presença em nossa história. Nós vos pedimos.

7. Pai de bondade, inspirai o testemunho dos franciscanos e franciscanas, para que brilhe como caminho de unidade e de vida vivida em função do amor. Nós vos pedimos.

8. Pai de bondade, abençoai as comunidades de Irmãs Clarissas, que devotadas ao silêncio do claustro, rezam e intercedem por vosso povo. Nós vos pedimos.

9. Pai de bondade, fecundai com graças este Mosteiro Nazaré, concedendo-lhes santas vocações. Nós vos pedimos.

Pr: Ó Pai de infinita bondade, ao iniciarmos esta semana especial de fé e de graça, concedei-nos participar das solenidades da Igreja com viva consciência e piedade sincera. Por Cristo, Senhor nosso.

Sobre as oferendas: Ouvi, ó Pai, o grito da humanidade sofredora e tornai nossos corações capazes de compreender e compartilhar os sofrimentos dos irmãos e irmãs, em união com Jesus Cris­to, nosso Senhor.

Prefácio (a paixão do Senhor): Na verdade, é justo e necessário, é nosso dever e salvação dar-vos graças, sempre e em todo o lugar, Senhor, Pai santo, Deus eterno e todo-poderoso, por Cristo, Senhor Nosso. Inocente, Jesus quis sofrer pelos pecadores. Santíssimo, quis ser condenado a morrer pelos cri­minosos. Sua morte apagou nos­sos pecados e sua ressurreição nos trouxe vida nova. Por ele, os an­jos cantam vossa grandeza e os santos proclamam vossa glória. Concedei-nos também a nós as­sociar-nos a seus louvores, cantan­do a uma só voz...

Antífona da comunhão: Ó Pai, se este cálice não pode passar sem que eu o beba, faça-se a tua vontade! (Mt 26,42)

Comentarista: Celebramos o mistério do abaixamento de Jesus e de sua glorificação: demos graças, porque só assim nosso sofrimento e nossa morte têm sentido e, na comunhão a seu corpo glorioso, já participamos da vida nova, ultrapassando a morte.

Depois da comunhão: Ó Deus, alimentados por vossa Palavra e pela Eucaristia, nós vos bendizemos pela esperança que renasce em nossa vida. Concedei-nos, pela paixão de nosso Senhor Jesus Cristo, que sejamos reconciliados convosco, e, ajudados pelo exemplo de Clara de Assis, compreendamos a grandeza dos vossos planos para a nossa história. Ela que no sinal do ramo de oliveira, respondeu generosamente ao vosso chamado entregando-se à vida de humildade e de pobreza. Por Cristo, nosso Senhor.

Bênção de Santa Clara

O Senhor nos abençoe e nos proteja

Faça resplandecer sobre nós a sua face

E nos dê a sua misericórdia

Volte para nós o seu olhar e nos dê a paz

Derrame sobre nós as suas bênçãos

E no céu nos coloque entre os seus santos e santas.

O Senhor esteja sempre conosco e que nós estejamos sempre com Ele.

Oração dos 800 anos do Carisma Clariano

Ó Altíssimo Pai celestial,/por vossa misericórdia e graça,/iluminastes vossa serva Clara de Assis/, com o esplendor do Cristo Ressuscitado, / seu amado Esposo, a fim de que, /por uma vida vivida no Amor, /brilhasse como luz aos irmãos e irmãs de ontem e de hoje. /Ouvindo o vosso chamado,/seguindo o exemplo de Francisco, / Clara trocou a nobreza pela pobreza/e, na penitência em São Damião, /com jovial alegria, viveu no silêncio,/na contemplação e na fraterna comunhão./Bendito sejais, ó Altíssimo Pai, /pelas mulheres e homens, /que nestes oitocentos anos/abraçaram o ideal de vida de Santa Clara. /Por seu testemunho, /iluminaram os caminhos da missão e da paz, /radiantes de alegria e de esperança./Concedei, Senhor, à Família Franciscana do Brasil, /seguir o caminho da simplicidade, da humildade fraterna, /da pobreza numa vida honesta e santa, /alimentada pelo pão da Palavra e da Eucaristia, /solidária com os pobres e excluídos./Iluminados pela luz do vosso Espírito/que em Clara de Assis brilhou como o sol,/jamais percamos de vista, o ponto de partida,/da íntima unidade com Jesus Cristo, /o irmão pobre do presépio e da Eucaristia./ Amém!

Para refletir

“O Domingo de Ramos, com a bênção e a procissão dos ramos de palmeira, desde muito possui um caráter nupcial. Liturgicamente é celebrada a entrada festiva de Jesus em Jerusalém, e misticamente a união de amor de Jesus com sua esposa, a Igreja, e para o povo esta era uma ocasião favorável para se procurar uma noiva ou se acertar um noivado. É esta, pois, a atmosfera escolhida por Francisco e Clara como moldura eclesiástica das “núpcias” de Clara com Cristo. Para isto, ela deve adornar-se de uma maneira particularmente festiva. Ao que tudo indica, o bispo já havia sido informado... pois Clara permanece em seu lugar e o bispo vai até ela entregar-lhe o ramo. Terminada a solenidade, à noite, Clara foge de casa e vai para a Igrejinha da Porciúncula, onde é recebida por Francisco que corta-lhe o cabelo diante do altar: gesto que, na época, era um “símbolo de transição” típico, para indicar uma mudança de estado: “ele diz que esta mulher já não pertence a si mesma, nem a outro homem, mas a Deus, de quem ela é serva”. (o corte de cabelo era reservado ao bispo; Francisco, a rigor, não podia). Junta-se a isto um outro símbolo: o despir as vestes da nobreza e o vestir um roupa pobre, não tingida, que conserva a cor natural: lembra a terra de onde veio, a humanidade de Nosso Senhor Jesus Cristo e a solidariedade com “a gente comum e desprezada, os pobres e fracos, enfermos e leprosos e mendigos de rua” (RNB 9,1.3). Com toda certeza, não se trata aqui de um uniforme estilizado, como será o caso mais tarde. É mais um saco do que um vestido! (Anton Rotzetter. Clara de Assis, a primeira mulher franciscana. Vozes-Cefepal, 1994. p. 70ss).

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